Pachuca: Com gostinho de quero mais, mexicanos querem fazer história no Japão

O Pachuca teve tempo de sobra para se preparar para o Mundial de Clubes da FIFA, já que quando o clube mexicano garantiu o bi-campeonato da Copa dos Campeões da CONCACAF, no dia 30 de abril deste ano, algumas competições continentais ainda estavam em seu início. O título veio sobre o Deportivo Saprissa da Costa Rica, numa série final em 2 jogos: Primeiro um empate na Costa Rica 1x1, e depois vitória dos mexicanos em casa pelo placar de 2x1, levando pela segunda vez consecutiva o Pachuca ao Mundial.

O crescente desempenho dos times mexicanos no cenário do futebol mundial ainda não foi comprovado no Mundial, já que o máximo que o futebol do país conquistou na competição foi um quarto lugar com o América em 2006. No ano passado, o Pachuca foi sem dúvida a grande decepção do certame, perdendo logo na primeira partida para o inexpressivo Etoile du Sahel da Tunísia, por 1x0. Tanto a imprensa mexicana como a própria equipe do Pachuca vêem neste mundial a grande chance de promover de fato os clubes do país, chegando a uma possível final contra o todo-poderoso Manchester United.

Ao contrário de alguns clubes extremamente recentes desta edição do mundial, o Pachuca foi fundado no ano de 1900, e conta uma grande tradição no cenário mexicano do futebol. Nos últimos anos esta tradição ficou ainda mais presente com a conquista de muitos títulos nacionais e internacionais, como por exemplo a Copa Sul-Americana de 2006, sendo o primeiro clube de fora da Conmebol (Confederação Sulamericana de Futebol) a vencer uma competição promovida pela entidade.

No elenco dos Tuzos (apelido da equipe no país) há apenas um atleta brasileiro, o atacante Christian, que teve passagem marcante pelos eternos rivais Grêmio e Internacional, que antes de ir para o México, e amargar a reserva na equipe no técnico Enrique Meza, jogou aqui no Brasil pela Portuguesa de Desportos. Outro jogador conhecido da torcida brasileira é o zagueiro Julio Manzur, este titular absoluto da equipe mexicana, que passou pelo Santos sem muito sucesso em 2006.

A cidade de Pachuca é a capital do estado de Hidalgo, um dos importantes pólos econômicos do México. Fica a quase 100 km da Capital do país (Cidade do México), e tem 267.151 habitantes, que somados a região metropolitana do município chegam a quase 400.000 pessoas. Por incrível que pareça, a economia da cidade esta muito envolvida com o próprio time, já que o Grupo Pachuca (que administra a equipe) tem outros 6 empreendimentos na cidade, que eles denominam TuZiete Maravilhas (As 7 maravlihas dos Tuzos), dentre eles: um centro de convenções, um shopping (onde está a loja oficial do clube), a universidad del fútbol e a TuzosTV (TV oficial do clube), que passa as informações não só do time como da cidade em geral, e aproveita para dar uma provocadinha nos rivais futebolísticos do país.

O primeiro duelo do Pachuca nesta edição do Mundial de Clubes será novamente contra um campeão da África, só que desta vez o adversário é o Al Ahly, do Egito. As duas equipes jogarão no próximo dia 13 (sábado) no Estádio Nacional de Tóquio, e a delegação mexicana já está na capital japonesa para um período de aclimatação principalmente ao clima e ao fuso horário da terra do sol nascente, para tentar entrar para a história como o primeiro time de fora da Europa ou América do Sul a chegar a uma final de Mundial de Clubes.


Nome do Time: Pachuca Club de Fútbol
Fundação: 10 de outubro de 1900
Estádio: Hidalgo (30.000 lugares)
Principais Títulos: Copa Sul-Americana: 2006, Copa dos Campeões da CONCACAF: 2002, 2007, 2008, Superliga: 2007 , Campeonato Mexicano: (Inverno) 1999, (Inverno) 2001, (Apertura) 2003, (Clausura) 2006, (Clausura) 2007
Time-base: Calero(gk), Lopez, Correa, Manzur, Alvarez, Caballero, Rodriguez, Pinto, Torres, Marioni e Gimenez
Treinador: Enrique Meza

Texto: Sebastião Neto